26 dezembro 2015

Dica de Leitura - Suicidas - Raphael Montes

Título: Suicídas
Autor: Raphael Montes
Editora:Benvirá
Páginas: 478
Ano: 2012


Sinopse: Um porão, nove jovens e uma Magnum 608. O que poderia ter levado universitários da elite carioca - e aparentemente sem problemas- a participarem de uma roleta russa?
Um ano depois do trágico evento, que terminou de forma violenta e bizarramente misteriosa, uma nova posta, até então mantida em segredo pela polícia, ilumina o nebuloso caso. Sob o comando da delegada Diana Guimarães, as mães desses jovens são reunidas pra tentar entender o que realmente aconteceu, e os motivos que levaram seus filhos a cometerem suicídio.
Por meio da leitura das anotações feitas por um dos suicidas durante o fatídico episódio, as mães são submersas no turbilhão de momentos que culminaram na morte de seus filhos. A reunião se dá em clima de tensão absoluta, verdades são dita sem a falsa piedade das máscaras sociais e, sorrateiramente, algo muito maior começa a se revelar. 
Narrado em formato de quebra-cabeça, Suicidas apresenta um suspense dramático arrebatador, com personagens dúbios e tramas que se entrelaçam até a solução surpreendente - que só se mostra nas últimas palavras.

Olá amigos leitores, como estão? Hoje venho comentar sobre este surpreendente livro que me prendeu do início ao fim. Começo dizendo que pra mim é extremamente satisfatório pra mim ler um livro nacional. Somos bem servidos com ótimos escritores e surpreendentes histórias. Imagine vocês, nove jovens em um porão de uma famosa mansão, carregando uma Magnum 608, para participarem de uma roleta russa?
Jovens universitários da elite carioca,  aparentemente sem motivos para darem fim ás suas próprias vidas.

A história se passa em uma reunião feita pela polícia, um ano depois da tragédia, onde através de uma leitura de uma espécie de diário escrito por Alessandro, na semana que antecedeu a roleta russa, para tentar descobrir possíveis motivos para tal feito.
Alessandro que sempre sonhou ser escritor, vê nesta ocasião, a oportunidade de escrever sobre a vida desses nove jovens dias antes da morte, suas ações e pensamentos, e deixar ali registrado, na esperança de posteriormente ser publicado. E assim, Alessandro que já passou pela frustração de ter seu livro recusado por editoras, vê aqui a oportunidade de ser reconhecido após a morte.
E ali, naquele porão da mansão Cyrille’s House no passado misteriosamente imaginado por Zak e Alessandro, amigos de infância, é narrado cada fato ocorrido durante a “roleta russa” que pode não ter sido totalmente roleta russa  em menos de 24 hs.


[...] ninguém seria capaz de sentir o que sinto agora, acreditar no que acredito. Nem mesmo eu sei se estou certo. Não sei se vale a pena estar aqui, vivendo esta loucura, narrando cada instante, obcecado, vendo seres humanos definharem diante da morte, rendendo-se ao instinto. Tudo isso pra quê? [...]

Será que o que se passou nesse porão foi de livre e espontânea vontade de Noel, Waléria, Ritinha, Lucas, Maria João, Danilo, Zak , Otto e Alessandro?

A leitura do livro provoca um misto de ansiedade , espanto, medo  e repulsa nojo. E isso nos prende à leitura, pois assustadoramente  nos vemos devorando páginas pra saber quem será o próximo.

[...[ o suicídio deturpa todo esse projeto predeterminado de vida e morte. Seria como se você mesmo roubasse o controle das mãos do Divino e decidisse apertar o “Stop” na hora que quisesse. Roubar Dele o direito de mandar em sua vida [...]



Zak, era um playboyzinho que  cresceu tendo tudo, como Alessandro narra neste trecho: “Eu estive com ele todos esses anos e sou capaz de contar nos dedos de uma só mão os problemas que Zak já enfrentou: quase repetiu a oitava série, não passou de primeira no vestibular, se apaixonou perdidamente durante duas semanas por uma garota que viu de relance no metrô...[...]
Talvez pela vida aparentemente  fútil de Zak, e por não ter conseguido lidar com a morte dos pais (recentemente em um acidente de carro) as suspeitas pairam sobre ele, sobre ele ser o responsável por convencer todos a estarem ali.
Mas será que foi Zak quem realmente convenceu os colegas a estarem ali para um ritual coletivo de morte?
Não somos nós mesmos responsáveis por nossas escolhas?
As mortes foram mesmo resultado de uma roleta russa?
Até que ponto realmente conhecemos as pessoas?

Leia, você vai se surpreender no último capítulo. Eu garanto!
Um grande abraço


   Michelle Guerra


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